quarta-feira, 28 de agosto de 2013

HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA-TECIDO NERVOSO

TECIDO NERVOSO

INTRODUÇÃO

O tecido nervoso é um dos quatro tipos básicos de tecidos do corpo, encontrando-se distribuído por todo organismo. É constituído por duas populações celulares, os neurônios e as células da glia. Estes dois tipos básicos de células distinguem-se pela origem, estrutura e funções. Os neurônios são as células nervosas capazes de perceber um estimulo e conduzi-lo a outro neurônio ou órgão efetuador. As células da glia constituem um conjunto heterogêneo de células, com funções de suporte, de sustentação, tróficas e de proteção aos neurônios.
Todas estas células agrupam-se, formando o Sistema Nervoso, que é dividido em Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal) e em Sistema Nervoso Periférico (gânglios nervosos e nervos).

NEURÔNIOS:

O neurônio é a maior célula nervosa. Histomorfologicamente é formado por um corpo (pericário), onde se localiza o núcleo. Do corpo partem prolongamentos celulares denominados dendritos e um prolongamento citoplasmático chamado axônio, cuja extremidade distal denomina-se telodendro.
De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser classificados em:
  • Neurônios Multipolares: Apresentam vários dendritos e um axônio. É o tipo mais comum.
  • Neurônios Bipolares: Apresentam um dendrito e um axônio, localizados em pólos opostos da célula. Encontrados nos gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória.
  • Neurônios Pseudo-unipolares: Apresentam apenas um prolongamento citoplasmático, que próximo ao pericário bifurca-se em axônio e dendrito. Encontrados nos gânglios espinhais.
Obs.: Todo neurônio pode apresentar um ou vários dendritos, entretanto apresenta só um axônio.
Citomorfologicamente o neurônio apresenta o núcleo arredondado e central. A cromatina nuclear é descondensada ( eucromatina), por isso, o seu núcleo é claro, deixando o nucléolo bem evidente.
Em neurônios do sexo feminino, encontra-se aderido à face interna do envoltório uma estrutura elétron-densa denominada cromatina sexual.
No citoplasma dos neurônios destaca-se em volta do Núcleo a presença do Complexo de Golgi que é visto apenas no citoplasma do pericário, não sendo observado no citoplasma dos dendritos, nem do axônio.
As mitocôndrias são encontradas em grande quantidade no citoplasma dos telodendros, em quantidade moderada no pericário.
No citoplasma do pericário encontram-se estruturas basófilas, constituídas por polirribossomos livres e Retículo Endoplasmático Rugoso, denominadas Corpúsculo de Nissl. Destacam-se também algumas inclusões citoplasmáticas e algumas vesículas lipídicas.

CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS QUANTO A SUA FUNÇÃO:

Neurônios aferentes 
São os neurônios encarregados de captarem informações diretamente das células sensoriais, como aquelas que compõem a retina (olho), o ouvido, tato, a língua, etc. Essa captação é feita utilizando os dendritos.

Neurônios de associação

Fazem a conexão entre dois neurônios. Recebe informação pelo dendrito, e a repassa à célula nervosa seguinte usando o axônio. Esse tipo é o mais encontrado nos sistemas nervosos animais.

Neurônios eferentes

São os neurônios que recebem as informações do cérebro (as respostas aos estímulos captados pelos neurônios receptores) e as repassam para os músculos, glândulas, etc.

Exemplo: Ao encostar com a ponta do dedo em uma agulha, as células sensoriais presentes na pele do dedo captarão essa “espetada”, e transmitirá essa informação para o cérebro, utilizando-se dos neurônios receptores e de conexão. O cérebro irá processar a informação e irá dar uma ordem para que o músculo responsável pelo dedo se contraia, a fim de eliminar o perigo de ser perfurado. Essa última parte é feita pelos neurônios efetores.

NEUROGLIA
  • Astrócitos protoplasmáticos: (localizam-se na substância branca) Citomorfologicamente apresentam o corpo arredondado, de onde partem numerosos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes grossos e intensamente ramificados. Alguns destes prendem-se à parede endotelial dos capilares sanguíneos, sendo chamados de pés-vasculares. Por isso são responsáveis pela sustentação e nutrição do tecido nervoso. Participam também do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios.
  • Astrócitos fibrosos: Apresentam corpo celular de uma forma irregular, de onde partem numerosos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes muito ramificados. Alguns destes formam os pés-vasculares, por isso, também são responsáveis pela nutrição e sustentação do tecido nervoso.
  • Oligodendrócitos: Apresentam o corpo celular, geralmente, com a forma hexagonal, de onde partem poucos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes finos e pouco ramificados. Formam a bainha de mielina no SNC.
  • Microglias: Apresentam corpo pequeno e oval, de onde partem numerosos prolongamentos, sendo estes finos e intensamente ramificados, conferindo à célula um aspecto espinhoso. São células fagocitárias e representam o sistema histiocitário.
  • Células Ependimárias: São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em alguns locais as células ependimárias são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano.
Obs.: As células da neuroglia não são evidenciáveis à microscopia óptica em cortes corados por método de rotina (HE). Para observá-las faz-se necessário colorações especiais que utilizam a prata e o ouro.



LÂMINAS DO TECIDO NERVOSO:


















REFERÊNCIA:

Imagens:

Conceitos:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA-TECIDO MUSCULAR

TECIDO MUSCULAR

INTRODUÇÃO

O tecido muscular é um tecido bastante especializado na função de contratibilidade, propriedade que suas células têm de se contraírem.
As células do tecido muscular são denominadas de fibras musculares, sendo geralmente alongadas, fusiformes ou cilíndricas, e apresentam no seu interior um grande número de filamentos proteicos contrateis de actina e miosina, responsáveis pelo processo de contração da fibra muscular.
Tanto as fibras como todo o músculo são envolvidos por tecido conjuntivo denso, o qual contém vasos sanguíneos que levam nutrientes e oxigênio para as células musculares e retiram o gás carbônico e as substâncias tóxicas, resultantes do catabolismo celular, além de dissiparem o calor.
O tecido muscular é o responsável pelas funções de movimentação, locomoção e sustentação do corpo, junto com o tecido ósseo.
Existem duas variedades de tecidos musculares nos animais, com três tipos morfológicos distintos: o tecido muscular liso e o tecido muscular estriado, esse último está dividido em: cardíaco e esquelético.

CARACTERÍSTICAS
  • Origina-se do mesoderma;
  • Presença de proteínas filamentosas contráteis (miofibrilas);
  • Componentes recebem nomes especiais: sarcolema (MP), sarcoplasma (citoplasma) e reticulo sarcoplasmático (REL).


CLASSIFICAÇÃO

Músculo estriado esquelético:
  • São formados por feixes de células longas, cilíndricas e multinucleadas, que tem origem no embrião através de células alongadas, os mioblastos;
  • Possuem envoltórios: epimísio, endomísio e perimísio;
  • São muito irrigados, cujos vasos sanguíneos penetram no músculo através dos septos de tecido conjuntivo e correm entre as fibras musculares;
  • Cada fibra muscular apresenta uma terminação nervosa motora (placa motora);
  • De acordo com a estrutura e a composição química, as fibras musculares esqueléticas dividem-se em: tipo I ou lentas, tipo II ou rápidas e intermediárias;
Músculo estriado cardíaco:
  • É constituído por células alongadas que se anastomosam irregularmente;
  • Apresentam estriações transversais semelhantes a do músculo esquelético;
  • Possuem um ou dois núcleos localizados centralmente;
  • São revestidos por uma delgada bainha de tecido conjuntivo muito irrigado;
  • Presença de discos intercalares, que são junções onde aparecem zônula de adesão, desmossomos e junções comunicantes;
  • O sistema T e o retículo sarcoplasmático não são muito desenvolvidos, como no ME, são encontrados ao nível da banda Z;
  • Presença de díades;
  • No MC, as mitocôndrias ocupam 40% do volume citoplasmático, refletindo o intenso metabolismo aeróbio;
  • A principal fonte de energia é os ácidos graxos que são armazenados sob forma de triglicerídeos;
  • Apresentam grânulos secretores, mais numerosos no átrio esquerdo, que contém molécula precursora do hormônio ou peptídeo atrial natriurético;
  • Tem sistema próprio de auto-estimulação, composto por células musculares cardíacas modificadas;
Músculo liso:
  • Formado por associação de células longas, fusiformes, com núcleo único e central;
  • São revestidas por lâmina basal e mantidas unidas por uma rede muito delgada de fibras reticulares;
  • O sarcolema apresenta grande quantidade de vesícula de pinocitose;
  • Os filamentos de actina e miosina não apresentam organização encontrada nas fibras estriadas;
  • Apresentam feixes de miofilamentos que se cruzam em todas as direções formando uma trama tridimensional;
  • A miosina da célula lisa só interage com a actina quando a miosina está fosforilada;
  • O cálcio, no sarcoplasma, forma um complexo com a calmodulina, que ativa a cinase da cadeia leve de miosina, mudando a formação da cabeça, o que resulta no deslizamento dos miofilamentos;
  • As células apresentam os corpos densos que servem de ancoragem para os filamentos de actina e intermediários;
  • Não possuem sistema T e o reticulo sarcoplasmático é extremamente reduzido. As vesículas de pinocitose desempenham o papel regulador do cálcio;
  • Existem terminações nervosas, mas o grau de controle é variado. Recebem fibras do sistema nervoso simpático e parassimpático;

REGENERAÇÃO
  • O músculo cardíaco não se regenera. Nas lesões do coração, as partes destruídas são invadidas por fibroblastos que produzem fibras colágenas, formando uma cicatriz de tecido conjuntivo denso;
  • O músculo estriado esquelético tem pequena capacidade de regeneração. Admite-se que as células satélites sejam responsáveis por esta regeneração. Tais células são mononucleadas, fusiformes, dispostas paralelamente às fibras musculares dentro da lâmina basal. Após uma lesão,as células satélites tornam-se ativas, proliferam por divisão mitótica e se fundem umas às outras para formar novas fibras musculares esqueléticas. As células satélites também entram em mitose quando o músculo é submetido a exercício intenso. Neste caso elas se fundem coma s fibras musculares preexistentes, contribuindo para a hipertrofia do músculo;
  • O músculo liso é capaz de uma resposta regenerativa mais eficiente. Ocorrendo lesão, as células musculares lisas que permanecem viáveis entram em mitose e reparam o tecido destruído. Na regeneração do tecido muscular liso da parede dos vasos sanguíneos há também a participação dos pericitos, que se multiplicam por mitose e originam novas células musculares lisas.


LÂMINAS DE TECIDO MUSCULAR:






























REFERÊNCIAS:

Imagens:

Conceitos:
JUNQUEIRA L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2004.

HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA-TECIDO CONJUNTIVO

TECIDO CONJUNTIVO

INTRODUÇÃO:

Tecido conjuntivo ou tecido conectivo se refere ao grupo de tecidos orgânicos responsáveis por unir, ligar, nutrir, proteger e sustentar os outros tecidos. Vista ao microscópio suas células são diversificadas e estão espalhadas por uma matriz extracelular composta por substância fundamental e diversos tipos de fibras.

ORIGEM:

A maior parte dos tecidos conjuntivos origina-se das células do folheto germinativo intermediário dos tecidos embrionários conhecido como mesoderme, especialmente do mesênquima. As células mesenquimais são alongadas, têm um núcleo oval, com cromatina fina e nucléolo proeminente. Estas células possuem muitos prolongamentos citoplasmáticos e são imersas em uma matriz extracelular abundante e viscosa com poucas fibras. As células mesenquimais migram de seu lugar de origem e envolvem e penetram nos órgãos em desenvolvimento e dão origem também a tecidos epiteliais

FUNÇÕES:

As principais funções são:
  • Suporte estrutural;
  • Amortecer impactos;
  • Transportar nutrientes;
  • Espalhar células de defesa pelo corpo;
  • Armazenar gordura.

CLASSIFICAÇÃO:

Matriz
A matriz extracelular é formada por 3 partes:
  • Substância fundamental
  • Glicosaminoglicanos
  • Proteoglicano
  • Glicoproteínas e glicosmatiaínas
Fibras
  • Colágenas
  • Elásticas
  • Reticulares
Camada de solvatação
  • Água

ESTRUTURA

Os componentes do tecido conjuntivo podem ser divididos em três classes: Células, fibras e substância fundamental. Além de desempenhar uma evidente função estrutural, a grande variedade de tecidos conjuntivos reflete a variedade de composição e na quantidade de seus três componentes, os quais são responsáveis pela notável diversidade estrutural, funcional e patológica do tecido conjuntivo.

Matriz extracelular

Diferente de outros tecidos que são formados principalmente por células (epitelial, muscular e nervoso), o principal constituinte do conjuntivo é a matriz extracelular (especialmente substância fundamental).

As matrizes extracelulares consistem em diferentes combinações de proteínas fibrosas e de substância fundamental. Substância fundamental é um complexo viscoso e altamente hidrofílico de macromoléculas aniônicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoproteínas multiadesivas(laminina, fribonectina, entre outras) que se ligam a proteínas receptoras(integrinas) presente na superfície das células bem como a outros componentes da matriz, fornecendo, desse modo, força tênsil e rigidez à matriz.

As células do tecido conjuntivo ficam imersas em grande quantidade de substâncias intercelular denominada matriz, ou seja, ficam localizados entre células.

Fibras

Fibras predominantemente diversos tipos de colágenos, constituem os tendões, aponeuroses, cápsulas de órgãos, e membranas que envolvem o sistema nervoso central (meninges). As fibras também constituem as trabéculas e "paredes" que existem dentro de vários órgãos, formando o componente mais resistente do estroma(tecido de sustentação) dos órgãos
.
TIPOS DE TECIDOS CONJUNTIVOS:
Tecido conjuntivo propriamente dito (não especializado)
  • Tecido conjuntivo frouxo ou laxo
  • Tecido conjuntivo denso:
       Tecido conjuntivo denso modelado                  
       Tecido conjuntivo denso não modelado
Tecido conjuntivo de propriedades especiais
  • Tecido adiposo;
  • Tecido elástico;
  • Tecido hematopoético;
  • Tecido mucoso.

CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO
  • Fibroblastos: Produzem fibras e a substância fundamental e estão envolvidos na produção de fatores de crescimento;Existem várias células em cada tecido conjuntivo, dentre elas:
  • Linfócitos: Um tipo de leucócito responsável por detectar a natureza do invasor e a reação necessária para eliminá-lo;
  • Adipócitos: Armazenam gordura, formam grandes capas capazes de proteger órgãos de impacto e do frio que também servem como fonte de energia, vitaminas lipossolúveis e água.
  • Macrófagos: Envolvem e digerem substâncias estranhas (fagocitose);
  • Mastócitos: Células responsáveis pelo processo inflamatório, reações alérgicas e na expulsão de parasitas.
  • Plasmócitos: Produzem imunoglobulinas como resposta a partículas estranhas (antígeno).
LÂMINAS DO TECIDO CONJUNTIVO: 
Órgão: Artéria Aorta. Estrutura: Fibra Elástica. Aumento 40x

Classificação do tecido: Tecido Adiposo multiocular(Seta nº1)/Unilocula(Seta nº2). Célula: Adipócito. Aumento 40x.

Classificação do tecido: Tecido Ósseo Esponjoso. Célula: Osteócito(Seta nº2) e Osteoblasto(Seta nº1). Aumento 10x.







Classificação do tecido: Cartilagem Hialina. Célula: Condrócito. Aumento de 40x.

Órgão:Mesentério.Aumento de 40x. Classificação do tecido:Tecido Conjuntivo Frouxo. Células:Mastócitos e Fibroblastos.



Órgão:Rim. Estrutura: Fibra Reticular. Aumento 40x.




REFERÊNCIAS:

Imagens:
Lâminas de aulas práticas de Histologia e Embriologia do Centro Universitário do Espírito Santo(UNESC)-Turma de Medicina Veterinária-Professora: Kris Regia Juliani Kondo.

Conceitos: